Kilimanjaro

E acabou que fiquei pela base da montanha. Já no início do segundo dia de subida da rota Mangaru (considerada a mais fácil) vendo o retorno dos que haviam chegado ao cume,  e conversando com os (muitos) que desistiram no meio do caminho, comecei a ficar ressabiada. Dores de cabeça e enjôo. Uma preguiiiiiça, tristeza... E eu nem estava tão no alto assim. 

Fisicamente não é tão puxado. Não mesmo. Em compensação, a altitude esculhamba a condição mental. Voltarei se vier de turma. Acredito que seja essencial o apoio psicológico que um grupo de conhecidos proporciona em uma situação dessa. Volto e animada!

A parte que eu fiz,  valeu a esticada de Arusha até Moshi. Pertinho, menos de 1 hora de carro. Praticamente no aeroporto onde pegarei o vôo para Zanzibar.
Deu para conhecer os Chaga. Tribo descendente dos Bantu que vive ali na região do kilimanjaro.  

Beeeem diferente dos Masai. São agricultores que utilizam um sistema de irrigação e fertilização do solo poderosos. Tudo aqui é orgânico e contam com um clima super favorável para plantio. Maioria cristã,  bebem álcool e fazem o melhor café do planeta.

 Em uma visita guiada, recebem os turistas com almoço (feijão com arroz igualzinho o nosso!) E preparam o café passo a passo em um ritual super dançante. Amei!

Foi nesta região que tive algumas sensações de "já vi isso". Talvez pelo feijão com arroz, ou algum efeito dos goles da cerveja de banana,  o café suave... ou até da altitude. Teve também a missa rezada em um dialeto que nem sei qual era. 

Mas senti mesmo algum tipo de familiaridade. A sensação de entrar na casa de um tataravô... sei lá. Foi bom!!!
Vou pesquisar sobre essa divisão das tribos. São várias subdivisões. Só sei que falam um monte de dialetos e não se dão bem. De vez em quando o pau come por aqui. 

Bebi "Beje Chaga", uma gororoba que eles chamam de cerveja feita de banana com milho, que passa de mão em mão feito chimarrão. Tomei banho em uma cachoeira espetacular. 

A vegetação nesta parte da montanha também chama a atenção, bem diferente de todo o resto. E vai mudando muito rápido! Saí de um caloooor para uma temperatura gelada em menos de 4 horas de caminhada. 

Internet nota 0. Acho que só poderei atualizar o blogue na próxima parada... que é Zanzibar, alguns dias antes do previsto.
* (a gente fica 3 dias sem Internet e quase enfarta com as notícias que chegam do Brasil. Deus nos ajude!) :'(