Meu safari na Tanzânia

A orientação para viajantes financeiramente contidos, é fechar o safari com alguma operadora em Arusha. Fazer isso previamente, é pagar preço normal e a brincadeira é cara. Pelo menos para mim. Aqui, realmente, dá para pagar menos. Vai depender do número de atravessadores (as pessoas te cercam o tempo todo, em todos os lugares, oferecendo de tudo insistentemente), depende também dos locais a serem visitados, do tipo de acomodação, exclusividade, tipo de carro... Eu dormi em barraca. Tranquila.

Facilita a pechincha quando vc tem a oportunidade de "engordar" algum grupo pequeno ou de última hora. Vantagem para os operadores... ótimo negócio para mochileiros. Foi assim que fechei meu safari. Fiz um de 3 dias, incluindo uma visita à tribo Masai, que eu queria muito conhecer.

 O grupo em que me encaixaram fez um safari menor, de 2 dias. Por isso, no primeiro dia eu fiz o "tipo" milionária  em um jipe private.
Graças a Deus, os alemães abriram mão da reserva Lake Manyara. Nem viram a macacada. Por conta disso, neste dia, o guia me levou até a tribo Masai, que fica no caminho.

Foi tudo (2 horas) só pra mim!! A contação da história da tribo, funcionamento, organização, costumes... uma visita guiada exclusiva.

Ah! E a dança! E a escola debaixo de uma árvore, e o interior das moradias!. Eles vivem em outra era ou outro planeta. Um homem pode ter várias esposas. Desde que tenha uma casinha para cada uma com os respectivos filhos.

As casinhas são de barro, minúsculas, uma meia parede separa o lugar de dormir. Perto da entrada um lugarzinho para fazer fogo. Fim. Nada de móveis. O marido também tem que ter animais o suficiente e conseguir vigiar todas as suas casas durante a noite. O sistema é bruto mas parece funcionar bem. Pelo menos na frente das visitas.

Comprei uma cumbuquinha do tamanho da palma da minha mão e devo ter pago 10 vezes o valor do objeto... (pense em uma cumbuca bem cara da Imaginarium rsrsrs). Ainda assim, paguei feliz. Eles realmente precisam. Ou não. Acho que quem precisava ter uma cumbuquinha pré histórica era eu.

Até fogo eles fazem na base da fricção (rapidinho!) Nunca vou me esquecer dos Masai. Aquelas pessoas são reais. Não se fantasiam de Masais. São autênticos. E orgulhosos. Fantásticos.

Voltando ao safari: Estive nas 3 principais reservas e não sei dizer qual a melhor. Cada uma tem seu encanto... a mais espetacular é  Ngorongoro pelos enormes grupamentos. É bicho pra todo lado o tempo todo. Superpopulação nesta época do ano.

Mas foi em Tarangire que vi uma família de guepardos e um rinoceronte. Girafas e elefantes em grandes bandos.

Em Lakemanyara,  cheia de árvores, a macacada vive tranquila no meio dos elefantes e hipopótamos.

De tudo um tanto. Leões de barriga cheia dormindo, ou desfilando tranquilos... Para mim, 3 dias foram suficientes. Vi os Big Five (Búfalo, Leão, Rinoceronte, Elefante e Leopardo) uns tão de pertinho que dava para sentir o cheiro. Outros lá longe, precisando dos binóculos para ver detalhes.

Havia um frissom quando avistavam um desses grandes mamíferos chiquetosos. As hienas, coitadas... feias que dói. Eu concluo que sou uma vira latas mesmo. Meu coração bate mais forte com as girafas, pumbas, raposas, os passarinhos ultra coloridos... quase tive um siricotico por conta dos hipopótamos.

Avestruzes imensas,  os antilopes elegantérrimos, centenas de impalas... E o que eram aquelas zebras misturadas com os gnus? 

Acho que sou mais dessa galera que também é conhecida como comida de leão.  Tipo... somos vegetarianos. Unidos, jamais seremos vencidos. Até na hora do jantar ou do almoço quanto é cada espécie por si. Aqui o bicho pega. Mata e come. Naturalmente...

Já era noite quando a equipe me devolveu ao hostal. E de noite, por estas bandas, não acho legal sair sozinha para comer ou beber ou para nada. Bebi água e toda hora me vinha a imagem de uma raposa que fotografei carregando uma lebre na boca. A barriga roncou, mas eu dormi logo... Valeu! Tá feito!